Transtorno Bipolar: Entenda a Doença, Seus Riscos e a Importância do Apoio Familiar

O transtorno bipolar, também chamado de transtorno de humor bipolar ou simplesmente “bipolaridade”, é uma condição de saúde mental caracterizada por mudanças intensas no humor, na energia e no comportamento. Essas mudanças não são simples variações emocionais do dia a dia — elas são tão intensas que podem atrapalhar muito a vida pessoal, familiar e profissional do indivíduo.

O que é o Transtorno Bipolar?

Imagine alguém que, em alguns períodos, se sente cheio de energia, dorme pouco, fala muito, tem muitas ideias e começa vários projetos ao mesmo tempo — às vezes até se arrisca financeiramente ou toma decisões impulsivas. Isso pode parecer “apenas empolgação”, mas pode ser um episódio de mania ou hipomania.

Em outros momentos, essa mesma pessoa pode entrar em uma fase de profunda tristeza, desânimo, dificuldade de se concentrar, falta de prazer nas atividades e até pensamentos de inutilidade ou morte. Esse é o episódio depressivo.

Essas oscilações são marcantes e diferentes das mudanças de humor que todos temos no dia a dia. Elas comprometem o trabalho, os estudos, os relacionamentos e até a autoestima da pessoa.

Como o Transtorno Bipolar afeta a vida?

Veja alguns exemplos de situações reais de quem sofre com bipolaridade:

  • Uma pessoa que, em um período de euforia, gasta todo o limite do cartão de crédito com compras impulsivas — e depois entra em depressão ao ver as dívidas acumuladas.

  • Alguém que dorme 2 horas por noite, acredita que tem ideias geniais para abrir um negócio, larga o emprego de repente, mas não consegue manter o plano.

  • Um paciente que se isola por semanas, faltando ao trabalho, sem conseguir levantar da cama, tomar banho ou responder mensagens de amigos.

  • Uma mulher acredita ter uma missão divina para “salvar a humanidade” e começa a enviar mensagens religiosas em massa nas redes sociais, interpretando eventos comuns como “sinais do céu”.

  • Um homem casado, durante uma fase de euforia, começa a se envolver com múltiplas parceiras desconhecidas, sem uso de preservativo. Depois, entra em culpa profunda na fase depressiva.

Além dos prejuízos no cotidiano, o transtorno bipolar pode levar a internações psiquiátricas, problemas com álcool e drogas, perdas financeiras importantes, rompimento de vínculos afetivos e até risco de suicídio se não for tratado corretamente.

O que acontece no cérebro?

Estudos mostram que o transtorno bipolar está relacionado a alterações químicas e funcionais no cérebro. Quando a doença não é tratada, essas alterações podem se tornar progressivas. Isso significa que o cérebro pode sofrer uma espécie de “desgaste”, dificultando a recuperação com o passar do tempo. É o que os especialistas chamam de neuroprogressão.

Por isso, é fundamental tratar desde os primeiros sintomas — quanto antes o diagnóstico, melhor o prognóstico.

E a família? Qual o papel dela?

A psicoeducação — ou seja, o processo de educar o paciente e os familiares sobre a doença — é uma das partes mais importantes do tratamento. Muitas vezes, os familiares não entendem os comportamentos da pessoa com transtorno bipolar e isso gera brigas, afastamentos e sofrimento.

Quando os familiares participam do tratamento, aprendem a:

  • Identificar sinais de que uma nova fase está se aproximando.

  • Ajudar o paciente a seguir corretamente o uso dos remédios.

  • Reduzir o estresse dentro de casa.

  • Apoiar nos momentos de crise, com empatia e sem julgamentos.

Como é o tratamento do transtorno bipolar?

O tratamento do transtorno bipolar envolve:

  • Medicamentos estabilizadores do humor (como o lítio, valproato, lamotrigina, quetiapina e outros).

  • Medicamentos antipsicóticos: risperidona, aripiprazol, lurazidona, olanzapina, haldol e outros.
  • Psicoterapia, como a Terapia Cognitivo-Comportamental ou Terapia do Esquema.

  • Acompanhamento médico regular e mudanças no estilo de vida (sono, alimentação, rotina).

O tratamento é contínuo, mesmo nos períodos de estabilidade, pois isso evita recaídas e melhora a qualidade de vida.

Conclusão: O Transtorno Bipolar tem Tratamento

O transtorno bipolar é uma doença séria, mas tratável. Com o diagnóstico correto, acompanhamento médico e apoio familiar, é possível levar uma vida equilibrada, com mais estabilidade e menos sofrimento.

Se você percebeu em si mesmo ou em alguém próximo sintomas como oscilações de humor muito intensas, impulsividade, tristeza profunda ou dificuldade de manter uma rotina estável, procure um psiquiatra. Quanto mais cedo o tratamento começa, melhores são os resultados.

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